sábado, 16 de setembro de 2023

Estrutura das Palavras

Depende de diferentes elementos mórficos


A estrutura das palavras envolve um conjunto de fatores formadores e que são responsáveis pelos significados de cada uma delas. Contudo, para que esse processo aconteça, cada termo apresenta unidades mínimas, que na língua portuguesa são chamadas de morfemas ou elementos mórficos.


Para melhor entendimento, vamos analisar essas menores unidades na palavra “gatinhos”.


gat: elemento básico, pois contém o significado da palavra
inh: indica que o termo está no diminutivo
o: indica o gênero masculino
s: mostra que encontra-se no plural.


Diante dessa subdivisão, podemos perceber então que “gatinhos” é formado por quatro morfemas (gat – inh – o – s).


Estrutura das palavras: elementos mórficos


A estrutura das palavras depende dos morfemas, que são constituídos de acordo com 6 elementos fundamentais. A seguir, confira cada um deles.


Radical


Também denominado de morfema lexical, é a parte essencial da palavra. Como é o componente de todos os termos cognatos, isto é, da mesma família, é encarregado pela significação principal.


Exemplos


Vidro, vidraça, vidraceiro, vidraçar (radical: vidr)
Pedra, pedreiro, pedregulho, apedrejar (radical: pedr)
Terra, terreno, terrestre, enterrar (radical: terr)


Desinências


São as estruturas que aparecem no final dos radicais e servem para indicar os tipos de flexão da palavra. Isso significa que são essas partículas que permitem a identificação do gênero (masculino/feminino), número (singular/plural), pessoa (primeira, segunda ou terceira) modo e tempo dos verbos.


Existem duas categorias de desinências


Nominais – Aponta às flexões de gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) dos substantivos, adjetivos e pronomes. Para esses indicações, costuma-se utilizar o/a/os/as. Ex: casa/ casas (desinência nominal de número); menina/ menino (desinência nominal de gênero).


Verbais – Terminações adotadas pelos verbos quando estão conjugados e, com isso, mostram as flexões em modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (passado, presente e futuro), número (singular e plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª ). Há ainda uma subclassificação neste grupo, que podem ser as desinências modo temporais (eu cantara, tu cantaras, ele cantara/ eu queria, tu querias, ele queria) e número pessoal (eu canto, eu mergulho, eu quero/ tu cantas, tu mergulhas, tu queres).


Vogal temática


Na estrutura das palavras, a vogal temática é aquela entre um radical e um desinência. Por isso, também ocorre de duas formas:


Nominal – As principais vogais temáticas são a/e/o, como em escola, livro e combate. As palavras terminadas em consoantes apresentam vogal –e, que aparecem somente quando estão no plural – a exemplo de mar/mares. Os nomes terminados em vogais tônicas, como café e sofá, não possuem este tipo de vogal.


Verbal – Funciona de acordo com as conjunções verbais. Assim, os verbos cuja vogal é –a pertencem à primeira conjugação; –e à segunda conjugação e –i à terceira. Exemplos: nadar, falar, comer, correr, dormir, dividir.


Diversas letras em cubos de madeira

A formação e estrutura das palavras precisam dos morfemas, pois são essas unidades  responsáveis pelos significados que integram o vocabulário. (Imagem: Pixabay)


Tema


Remete à união do radical com a vogal temática. É através do tema que as desinências podem ser acrescentadas.


Exemplos


  • Estudar (estuda-r)
  • Partir (parti-r)
  • Entender (entende-r)
  • Mala (mal-a)
  • Livros (livro-s)


Afixos


São os morfemas conhecidos como prefixo e sufixo. Esses elementos juntam-se às palavras para formação de outras derivadas. Além disso, podem provocar uma alteração de sentido no radical a que são acrescentados.


  • Os prefixos são colocados antes do radical. Ex: desigual (des + igual), antivírus (anti + vírus), desleal (des + leal), hipermercado (hiper + mercado).
  • Os sufixos são colocados depois do radical. Ex: crueldade (cruel + dade), realismo (real + ismo), calmamente (calma + mente), folhear (folh + ear).


Vogais e consoantes de ligação


Surgem na estrutura das palavras por motivações fonéticas, ou seja, mantêm ligações entre dois radicais ou entre um radical e um sufixo para facilitar a leitura e pronúncia de uma determinada palavra. No termo plenitude, por exemplo, a vogal de ligação –i está entre o radical –plen e sufixo – tude, revelando uma intensificação vocal neste ponto.


Outros exemplos são: gasômetro (gás – ô - metro), maresia (mar- e - sia), carnívoro (carn - í - voro), cafeteira (cafe - t - eira), capinzal (capin - z - al), paulada (pau - l - a - da)


Obs: Durante a formação de palavras, a junção dos morfemas pode levar a casos de omissões ou mudanças fonéticas. É o que acontece em carteiro (cart(a) + eiro), uma vez que a vogal “a” é retirada.

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